Continuando minha busca por livros “policiais” cheguei ao norte-americano Rex Stout. E assim como Agatha Christie tem seu Hercule Poirot, Rex tem seu Nero Wolfe. Mas o detetive das histórias de Stout é diferente de tudo que já vi, e com certeza, do que você já viu.
Conheci Nero Wolfe através do “Aranhas de Ouro”, uma investigação passada no começo da década de 1950. Tudo começa com um pobre garoto que trabalha limpando os vidros dos carros parados no farol, muito comum aqui no Brasil. Só que estamos falando de Nova Yorque. Em mais um dia de trabalho nas ruas, o garoto tem sua atenção chamada por uma mulher em um carro. Ao passar rapidamente pelo sinal, a senhora dentro do veículo tenta pedir socorro gesticulando que chamem a polícia. A mulher, acompanhada por um homem, usava brincos dourados em forma de aranha, característica percebida facilmente pelo menino. Assustado, ele procura a residência de um dos detetives mais famosos da cidade: Nero Wolfe.
A partir disso, Wolfe tem que encontrar a ligação e o culpado dos três atropelamentos que se seguem após o pedido de ajuda do garoto. Porém, seu processo de investigação é o maior diferencial do personagem. Nero é um senhor obeso, colecionador apaixonado de orquídeas, apreciador de cerveja e boa comida (tem um chefe de cozinha exclusivo), com um mau-humor constante não deixa sua residência por qualquer motivo.
E como realizar uma investigação sem sair de casa? Só Nero Wolfe consegue. Ele conta com o auxílio de um time composto pelos melhores detetives norte-americanos. Cada um com uma característica especial, entre eles o destaque é seu assistente Archie Goodwin.
É justamente esse ponto que me causou certo desconforto, principalmente no início. A impressão é que Archie é o verdadeiro detetive da história, por mais que esteja apenas obedecendo às ordens de Wolfe. A trama toda é bastante empolgante, daquelas em que você fica apostando em qual dos suspeitos é o verdadeiro criminoso. É incrível como Nero sempre consegue com que os envolvidos, incluindo os policiais, o visitem. No final de tudo é que você entende porque o detetive está entre os maiores personagens do gênero. Por mais que sua equipe é quem se desloque pela cidade, é Wolfe o centro de tudo, o cérebro. E apenas ele consegue deduzir com precisão e rapidez o culpado dos crimes. Todas as peculiaridades, analisadas posteriormente, constituem o grande charme que envolve a imagem de Nero Wolfe, o que me fez terminar “Aranhas de ouro” adorando a criação de Rex Stout.
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